quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Cirandas e Cirandar

SOBRE CIRANDAS E CIRANDAR

Por Leila Rita, 9 de março de 2012

Adaptação de Joyce Oliveira

 
Cirandar enquanto movimento que gira que gera que promove que acolhe.

Que Lança.

Lançar...
 
Existe a lei da gravidade que atrai corpos e os impulsiona para frente, fazendo com que o tempo gasto entre o ponto de partida e o ponto de chegada diminua através de uma "reorientação" da rota.

No movimento desse processo gravitacional  em que corpos são atraídos e são lançados, não haveria aí, uma relação com a rede CIRANDAS.net ? Uma relação que está na imagem do “lançamento”, da força que o CIRANDAS tem de atuar com estes milhares de grupos que se baseiam na cooperação, sem precisar de patrão nem empregados, e que lutam para sobreviver e superar o sistema capitalista competitivo.  

Para esses grupos, o CIRANDAS entra como “instrumento de propulsão” para se lançarem no mundo, na orbita do Reconhecimento. Pessoas e grupos que estão  no anonimato, e que através do movimento de cirandar conseguem estabelecer contato com “outras cirandas”, outras órbitas. E a partir desse contato são lançadas a quilômetros luz na construção de uma nova mentalidade, de uma nova forma de se sentir e de pensar, na construção de “Constelações Cirandeiras”.

Pessoas e grupos que interagem entre si, que se fortalecem e que, com certeza, "Sem pressa nem Pausa", promoverão a grande mudança.

Parece que o movimento é lento, mas o Tempo daqui não é o Tempo de lá...





quarta-feira, 13 de junho de 2012

para este junho

viva o mês de junho... os vestidos de chitas, o dançar junto, as saias girando... os afetos que crescem com o frio... aqui deixo um pequenino texto inspirado na festa junina do grupo de danças brasileiras baiadô em junho do ano passado. Queridos baidores e baiadoras, Gentes da saia rodada, da calça florida, dos pés e coração descalços, da festa nos olhos e do riso largo, da poesia de fitas e chitas. Compartilho com vocês, o que os meus olhos e o meu coração guardaram dos dias vividos entre a preparação da festa junina e o domingo em que dançamos na praça.
Na paisagem da lembrança, tantas cenas que entrelaçam gestos e afetos. Imagens que como florzinhas de “amor perfeito” eu colhi para enfeitar a casa, o coração. Lembranças que despertam em mim, sensações de uma doçura indizível. E que ao escrevê-las, as guardo imaginariamente numa caixinha de segredos feita de pano de chita e fita de cetim. Para que nela vivam as cores do tempo dançado no baiadô.   Entre os afazeres, de cortar, costurar, pregar, enfeitar, dançar, tocar e cantar, vejo nesses gestos, uma inocência que pra mim se traduz numa forma de rezar pela alegria do mundo.
Como esquecer os falatórios, as expressões dos rostos, os gestos do corpo, os risos, a linha e agulha nas mãos que confecciona flores de chita, que borda a bandeira, que tece os olhos de Deus, de homens e mulheres, de meninos e meninas. Um processo solidário, em que juntos, todos trabalham um mesmo “tecido chamado baiadô”  , bordando nele, memórias com fios de bem querer. Pontos cheios de suspiros...
Em mim dança a lembrança, da lua crescente no céu da nossa festa, da fé na prece que apressa Santo Antônio com querências de matrimônio. Dos versos cantados, do corpo girando e da saia rodando. Da poeira levantada no passo da dança, onde os pés nus acariciavam o chão da praça. Dos afetos partilhados na ciranda da dança e da vida.   
No domingo voltei pra casa, enamorada dessa simplicidade de sujeira nos pés, água nas mãos, cantiga na boca, acontecências que faz crescer lua cheia no coração. 
Uberlândia, ventos de outono em 2011.
Beijo vocês com o bem querer do meu amor.
Joyce

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terça-feira, 29 de maio de 2012

Marcha das vadias

Em homenagem a marcha das vadias, movimento que aconteceu no dia 26 de maio, e que reuniu nas ruas de algumas cidades brasileiras milhares de pessoas que, entre sorrisos, cartazes, corpos pintados, batuques e abraços, clamaram pelo fim da violência contra as mulheres, pelo direito de serem livres e donas de seus corpos. Em homenagem a todas as mulheres, as de ontem e as de hoje, deixo esta imagem como forma de dizer a todas elas que estamos juntas. 















Fotografia de Carla Silvino, Uberlândia em agosto de 2011.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

ritualizando

"Outro calendário. Mulheres indígenas Mayas, no México, em ritual de início de nova era" El Mundo 18.05". Interessante. A diversidade cultural geralmente é bela. Valeu Fábio, pela indicação no facebook.

terça-feira, 15 de maio de 2012

sonhação

tenho sonhado com estradas.
ando por caminhos sem fim. vazios.
mas, como canta gilberto gil: um copo vazio está cheio de ar e como disse clarisse " o ar e um não lugar onde tudo existe".
confio no vazio,
confio no caminho.

   

terça-feira, 8 de maio de 2012

terça-feira, 13 de março de 2012

Conversa barranqueira

Um velho barranqueiro do São Francisco me disse uma vez:


a água tem suas páginas
você lê um livro
eu leio o rio.